O parasita responsável pela doença foi identificado depois que um homem de 60 anos apresentou sintomas semelhantes aos da leishmaniose, mas não respondia aos tratamentos convencionais. Desde então, a doença já infectou cerca de 150 pessoas e matou ao menos uma delas.
Quais são os sintomas da leishmaniose?
- Febre persistente
- Perda de peso
- Fraqueza
- Anemia
- Inchaço abdominal
- Aumento do baço e fígado
- Palidez
- Lesões cutâneas (na forma cutânea da doença)
- Úlceras na boca e nariz (na forma mucocutânea da doença)
Diagnóstico parasitológico
Pesquisadores das Universidades Federal de São Carlos, de São Paulo e do Sergipe fizeram a descoberta. Ainda sem nome, a nova doença é causada por um parasita até então desconhecido e pode representar uma ameaça à saúde pública. O fato de o parasita ser resistente aos tratamentos convencionais aumenta a preocupação dos especialistas.
De acordo com Roque Pacheco Almeida, imunologista da Universidade Federal do Sergipe, o primeiro caso da nova doença foi identificado em 2011 em Aracaju, no estado de Sergipe. O homem já chegou ao hospital em estado grave, o que não é comum para a leishmaniose, que costuma evoluir mais lentamente.
Almeida explicou que o paciente não respondeu aos tratamentos convencionais, o que resultou em quatro recidivas e novas internações. O médico, que trabalha há mais de 30 anos com a leishmaniose, afirmou que nunca tinha visto nada parecido.
Os pesquisadores cultivaram em laboratório o mesmo protozoário que circulava no corpo da vítima fatal e confirmaram que ele era capaz de infectar, além de seres humanos, camundongos. A suspeita dos pesquisadores é de que o parasita seria transmitido por dois tipos de mosquito: o Culex e o anofelino, que também transmitem malária por meio da picada.
A descoberta é preocupante e pode se tornar um problema de saúde pública se não receber a devida atenção das autoridades. É importante que haja um esforço conjunto para pesquisar e desenvolver tratamentos mais eficazes contra a doença.
Tipos de leishmaniose
Leishmaniose Cutânea
A leishmaniose cutânea é a forma mais comum da doença e afeta principalmente a pele e as mucosas do nariz e da boca. Ela é caracterizada por lesões na pele que podem se tornar úlceras dolorosas e pode ser encontrada em regiões tropicais e rurais. É geralmente curável, mas pode deixar cicatrizes e causar deformidades se não for tratada adequadamente.
Leishmaniose Mucocutânea
A leishmaniose mucocutânea é uma forma rara de leishmaniose, mas pode causar deformidades graves se não for tratada. Ela afeta as mucosas do nariz, boca e garganta, e é mais comum em regiões da América Latina, como Brasil, Peru e Bolívia. Os sintomas incluem lesões na pele e nas mucosas, dor de cabeça e congestão nasal.
Leishmaniose Visceral
A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, afeta principalmente os órgãos internos, como o fígado, o baço e a medula óssea. É uma forma grave da doença e pode ser fatal se não tratada. É mais comum em regiões pobres e em pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como pacientes com HIV/AIDS.
Vacinação e a Leishmaniose Visceral
A Organização Mundial da Saúde estima que a leishmaniose visceral afete entre 50 e 90 mil pessoas por ano em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde registra cerca de 3.500 casos ao ano, com uma mortalidade crescente: de 3,1% em 2000 para 7,1% em 2012.
Os pesquisadores ressaltam a importância da vigilância epidemiológica e de investimentos em pesquisas para prevenir e controlar novas doenças emergentes. A descoberta da nova espécie de parasita é um alerta para a importância de se investir em saúde pública e pesquisa científica.
Como ocorre a transmissão da leishmaniose?
A pessoa é picada por um mosquito ou outro inseto infectado com o parasita Leishmania. Esse tipo de mosquito é comum em regiões tropicais e pobres, principalmente em áreas rurais. Quando o inseto pica alguém infectado, ele fica contaminado e pode transmitir a doença para outras pessoas ao picá-las.
Outra forma de transmissão da leishmaniose é por meio do contato com sangue ou tecidos de alguém infectado, como em transfusões sanguíneas ou compartilhamento de agulhas contaminadas. Nem todas as pessoas que são picadas por mosquitos infectados desenvolvem a doença, mas as chances são maiores em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como pacientes com HIV/AIDS.
Por isso, a prevenção é muito importante para evitar a transmissão da doença.
Como prevenir
- Usar repelentes de insetos para prevenir picadas de mosquitos infectados
- Utilizar roupas protetoras, como camisas de manga longa e calças compridas
- Evitar áreas de risco durante o período de atividade dos mosquitos
- Realizar o controle de insetos nas áreas de residência para reduzir a população de mosquitos
- Manter a higiene pessoal e do ambiente, incluindo a limpeza frequente das mãos e do ambiente
- Não compartilhar objetos pessoais, como agulhas ou seringas
- Fazer o tratamento adequado da leishmaniose, seguindo as recomendações médicas
Caso a pessoa suspeite de leishmaniose, é importante procurar um médico para fazer o diagnóstico e o tratamento adequado pois a doença infecciosa pode levar à morte.