Escassez de Água: Conceito, Causas e Soluções

A escassez de água ocorre quando a demanda por água excede sua oferta disponível. Esse desequilíbrio é frequentemente impulsionado por vários fatores, incluindo a poluição das fontes de água, práticas agrícolas intensivas que requerem grandes quantidades de água, crescimento populacional e os impactos das mudanças climáticas na disponibilidade de água.

As consequências da escassez de água são abrangentes, afetando não apenas a saúde humana, mas também os ecossistemas, a vida selvagem e a sustentabilidade ambiental geral. Além disso, ela representa desafios significativos para a segurança alimentar, já que a agricultura depende fortemente de suprimentos adequados de água.

Estratégias para mitigar esse problema incluem o aumento da produtividade agrícola, a implementação de técnicas de irrigação mais eficientes, a redução do consumo de água nos setores doméstico e industrial, a implementação de medidas para controlar o crescimento populacional, a expansão da capacidade de armazenamento de água por meio de reservatórios e o investimento em tecnologias de dessalinização, especialmente em regiões costeiras enfrentando estresse hídrico.

Comprometendo-se com essas soluções e envolvendo partes interessadas em vários níveis, é possível aliviar a escassez de água e garantir acesso sustentável aos recursos hídricos para as gerações futuras. Iniciativas voltadas para a melhoria das práticas de gestão de água e promoção de esforços de conservação são passos cruciais para enfrentar esse desafio global.

O Que Significa Escassez de Água?

A escassez de água é quando a demanda por esse recurso excede a oferta disponível, conforme definido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Ela pode ser caracterizada pela falta de acesso à água devido a infraestrutura inadequada ou escassez física, seja por condições áridas ou gestão ineficiente.

Segundo estudos do Centro de Água Twente, dos Países Baixos, aproximadamente quatro bilhões de pessoas enfrentam condições de escassez de água grave durante pelo menos um mês por ano. Projeções lideradas por pesquisadores do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados, na Áustria, sugerem que entre 4,8 e 5,7 bilhões de pessoas podem estar vivendo em situação de extrema escassez de água até 2050.

A escassez de água acarreta uma série de problemas, incluindo a disseminação de doenças como cólera, diarreia e tifo, devido à busca por fontes alternativas de água, muitas vezes inadequadamente tratadas. Além disso, força animais a abandonarem seus habitats naturais e afeta o equilíbrio hídrico de plantas, resultando em ecossistemas inteiros comprometidos, como áreas úmidas e regiões dependentes de geleiras.

Para mitigar os riscos associados à escassez de água, é crucial adotar práticas de gestão sustentável, como conservação, dessalinização e implementação de sistemas inteligentes de irrigação. Além disso, estratégias de recuperação de água, como captação de água da chuva e reciclagem, bem como o controle da poluição e o aprimoramento de sistemas de esgoto, são essenciais para combater esse desafio global.

Escassez Física de Água

A escassez física de água surge quando a demanda por água ultrapassa a disponibilidade dos recursos hídricos naturais, resultando na insuficiência de água para atender às necessidades humanas e aos ecossistemas naturais. Esse cenário se configura quando a demanda por água supera 75% do volume de água disponível nos rios para todos os usos, como mencionado no Volume 8 de “A Água do Mundo”, publicado pelo Instituto do Pacífico. Embora a escassez física de água seja influenciada principalmente por fatores naturais, como topografia, clima e geografia, fatores antropogênicos podem agravar ainda mais essa situação. Por exemplo, práticas de alocação excessiva, uso intensivo e má gestão da água têm contribuído para o esgotamento da bacia do rio Colorado, conforme observado pelo Projeto Água.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), os impactos da escassez física de água são diversos e incluem degradação ambiental, poluição da água e do solo, diminuição dos níveis de água subterrânea e aumento da desigualdade na distribuição de água.

Estimativas do Instituto Internacional de Gerenciamento da Água (IWMI) indicam que aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem em regiões afetadas pela escassez física de água, enquanto outras 500 milhões estão próximas de enfrentar essa realidade. Além disso, projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sugerem que até 4 bilhões de pessoas poderão ser afetadas pela escassez física de água caso a temperatura média global aumente 4°C devido ao aquecimento global. De acordo com a UNICEF, atualmente, cerca de 4 bilhões de pessoas já vivem em áreas onde a escassez de água é uma realidade por pelo menos um mês ao longo do ano.

Escassez de água econômica

Essa forma de escassez ocorre devido à infraestrutura inadequada de água e é resultado de recursos financeiros, técnicos e políticos insuficientes, ou de governança deficiente. De acordo com o IPCC, a escassez de água econômica também pode ocorrer quando há infraestrutura disponível, mas “a distribuição de água é desigual”. Todos devem ter o direito humano à água, e nem toda água deve estar na lista das mais caras do mundo. Mark Giordano, especialista em gestão de água na Universidade de Georgetown, afirma que a escassez de água económica “tem a ver com a escassez de recursos financeiros e políticos”.

Fatores que levam à escassez de água econômica incluem falta de investimento em infraestrutura ou tecnologia para captar água e transportá-la com segurança para consumidores e empresas. Isso resulta da falta de recursos financeiros e de uma governança ineficaz, que pode ser exacerbada por conflitos políticos e étnicos.

A FAO afirma que aproximadamente 1,6 bilhão de pessoas sofrem com a escassez de água econômica. Em um estudo de 2020 liderado por Lorenzo Roza na Universidade da Califórnia, Berkeley, pesquisadores estimaram que 15% das terras agrícolas globais também carecem de água por esse motivo.

A crise da água em Flint, Michigan, de 2014 a 2019, é um dos exemplos mais claros de escassez de água econômica. A falha na manutenção do sistema de água municipal e as medidas de corte de custos que o mudaram para uma fonte insegura fizeram com que a água da torneira se tornasse inutilizável e perigosa. Este vídeo oferece uma explicação rápida de como aconteceu a crise da água em Flint.

Causas da Escassez de Água

Existem várias razões por trás da escassez de água, incluindo:

Agricultura

  • A agricultura é outra causa significativa de escassez de água. O uso intensivo de água na irrigação de culturas, especialmente em áreas onde a disponibilidade de água já é limitada, pode esgotar os recursos hídricos locais. Além disso, o uso excessivo de pesticidas e fertilizantes na agricultura pode contaminar as fontes de água, exacerbando ainda mais o problema.

Crescimento Populacional

  • O crescimento populacional desenfreado também contribui para a escassez de água. O aumento da demanda por água para consumo humano, agricultura e indústria coloca uma pressão adicional sobre os recursos hídricos disponíveis. Em muitas regiões, o rápido crescimento urbano e a expansão das áreas agrícolas estão exacerbando ainda mais essa pressão sobre a água.

Poluição da Água

  • A poluição da água é uma das principais causas da escassez hídrica. Ela resulta da contaminação da água por uma variedade de substâncias, como produtos químicos, óleo, resíduos industriais e esgoto não tratado. Esses poluentes podem se acumular nos corpos d’água, tornando-os impróprios para consumo humano e uso agrícola.

Mudanças Climáticas

  • As mudanças climáticas estão alterando os padrões de precipitação e contribuindo para a escassez de água em muitas partes do mundo. Secas mais frequentes e intensas estão reduzindo os níveis de água em rios, lagos e reservatórios, tornando a água menos disponível para uso humano e atividades econômicas. Além disso, o aumento das temperaturas está acelerando a evaporação da água, reduzindo ainda mais os recursos hídricos disponíveis.

Esses fatores combinados estão exacerbando a escassez de água em muitas partes do mundo, representando um sério desafio para a segurança hídrica global. A mitigação dessas causas exigirá esforços coordenados em níveis local, nacional e global para promover o uso sustentável da água e proteger os recursos hídricos para as gerações futuras.

Impacto do Crescimento da População na Disponibilidade de Água

O crescimento populacional, aliado ao desenvolvimento econômico, à industrialização e às mudanças nos padrões de consumo, tem gerado níveis insustentáveis de demanda por água, de acordo com dados da FAO. À medida que os países se desenvolvem, a busca por mais bens de consumo, habitações e cultivos agrícolas intensivos em água tem aumentado significativamente, resultando em uma pressão cada vez maior sobre os recursos hídricos disponíveis. 

A FAO relata que, ao longo do último século, o uso global de água cresceu a uma taxa duas vezes maior que o crescimento populacional. Estima-se que, até 2050, a população mundial exigirá cerca de um bilhão de toneladas adicionais de cereais por ano e 200 milhões de toneladas a mais de carne. Para se ter uma ideia, o Conselho de Pesquisa de Gado de Corte calcula que a produção de um quilograma de carne bovina requer quase 16.000 litros de água.

Os maiores desafios relacionados à escassez de água provavelmente serão enfrentados pelos países com os maiores índices de crescimento populacional. 

Estimativas do número de pessoas que enfrentarão escassez hídrica em 2050, conforme publicado em um artigo de 2021 na revista Nature, em conjunto com projeções de crescimento populacional do Banco Mundial, indicam claramente que a relação positiva entre o aumento da população e a escassez de água tende a se agravar. Países como Egito, Filipinas e Indonésia estão entre os que devem enfrentar os maiores aumentos na escassez de água, acompanhados pelo rápido crescimento demográfico.

Consequências das Mudanças Climáticas na Disponibilidade de Água

De acordo com a UN-WATER, as mudanças climáticas têm um impacto significativo na disponibilidade de água, afetando diretamente a quantidade e a distribuição das precipitações.

Pesquisas conduzidas pela Escola de Clima da Universidade de Columbia indicam que o aumento do dióxido de carbono na atmosfera está alterando os padrões de crescimento das plantas e prolongando as estações de crescimento. Isso pode levar a uma maior retenção de água no solo ao longo do tempo, potencialmente reduzindo a disponibilidade de água para outros fins.

Essas mudanças climáticas resultarão em uma distribuição irregular das precipitações. Enquanto algumas regiões, como o Centro-Oeste dos Estados Unidos, podem experimentar um aumento nas chuvas, outras, como o Sudoeste e o Sudeste, podem enfrentar períodos mais longos de seca. Além disso, o aumento das chuvas pode acarretar em problemas adicionais, como aumento da poluição e sedimentação em corpos d’água.

Um aspecto crucial das mudanças climáticas é o derretimento dos glaciares. Os glaciares, que atuam como reservatórios naturais de água, estão diminuindo rapidamente devido ao aquecimento global. Isso é especialmente preocupante para regiões que dependem do derretimento dos glaciares para o abastecimento de água, como é o caso de muitas áreas da Ásia e América do Sul.

As projeções do IPCC indicam que, até o final do século, um grande número de bacias hidrográficas em todo o mundo experimentará um aumento significativo no escoamento devido ao derretimento dos glaciares. Isso terá sérias consequências para bilhões de pessoas que dependem dessas fontes de água para sua subsistência.

É evidente que as mudanças climáticas estão transformando significativamente a disponibilidade de água em todo o mundo, destacando a urgência de ações para mitigar seus efeitos e garantir o acesso sustentável à água para as gerações futuras.

Quais são os impactos e danos da escassez de água?

As repercussões da escassez de água são profundas, impactando várias facetas da existência humana, dos ecossistemas e do meio ambiente em escala global.

Impacto sobre as Plantas: A escassez de água induzida pelo clima apresenta um desafio multifacetado para a vida vegetal. Enquanto os níveis elevados de dióxido de carbono podem reduzir a água necessária para a fotossíntese, o aumento das temperaturas e das estações de crescimento prolongadas intensificam a absorção de água pelas plantas, esgotando a umidade do solo e o fluxo dos cursos d’água. Plantas lidando com déficits hídricos exibem atividade fotossintética diminuída e sinais de deterioração, conforme evidenciado por vários estudos de pesquisa.

Impacto sobre os Animais: A escassez de água perturba os habitats naturais, compelindo a vida selvagem a adentrar áreas dominadas por humanos e acelerando a transmissão de doenças entre animais selvagens e domesticados. Contaminantes provenientes do escoamento agrícola, como fertilizantes, comprometem os ecossistemas aquáticos ao promoverem florações de algas que reduzem os níveis de oxigênio, acarretando consequências adversas para as populações de peixes, como elucidado por descobertas da Escola de Clima da Columbia.

Impacto sobre as Pessoas: A escassez de água agrava a proliferação de doenças como cólera, diarreia e tifoide à medida que as comunidades recorrem a fontes alternativas, muitas vezes inseguras, de água. Também mina a produção agrícola e a segurança alimentar, levando à desnutrição e a problemas de saúde persistentes. Indústrias dependentes de água, como mineração e processamento de alimentos, enfrentam ameaças iminentes, podendo interromper o crescimento econômico. Mudanças na disponibilidade de água e padrões de precipitação podem instigar crises de refugiados e instabilidade política, afetando especialmente comunidades marginalizadas. Projeções sugerem que até 2030, aproximadamente 700 milhões de indivíduos poderiam ser deslocados devido à escassez de água.

Impacto sobre o Meio Ambiente: A escassez de água precipita uma ampla perturbação ecológica, especialmente em ecossistemas vitais como os brejos, que servem como pontos de biodiversidade crucial e oferecem serviços essenciais como a purificação da água e a proteção contra tempestades. A contração de ecossistemas como o Mar de Aral devido à escassez de água desencadeia escassez de alimentos, crises de saúde e degradação ecológica. Além disso, as mudanças climáticas exacerbam a escassez de água ao intensificar secas, inundações e o derretimento de geleiras, comprometendo a segurança hídrica de comunidades e ecossistemas dependentes do derretimento de geleiras.

Aqui estão alguns fatos e estatísticas importantes sobre a escassez de água.

  • A UN-WATER afirma que cerca de 4 bilhões de pessoas enfrentam escassez grave de água durante pelo menos um mês do ano. Prevê-se que esse número aumente para 4,8 a 5,7 bilhões em 2050, dos quais cerca de 69% viverão na Ásia.
  • 1,2 bilhão de pessoas, ou um sexto da população mundial, vivem em áreas agrícolas “severamente limitadas pela água” hoje.
  • 700 milhões de pessoas em todo o mundo podem ser deslocadas devido à intensa escassez de água até 2030.
  • Pesquisas do World Wildlife Fund (WWF) mostram que quase 2,4 bilhões de pessoas não têm saneamento adequado e estão expostas a doenças transmitidas pela água. Dessas, quase dois milhões de crianças morrem a cada ano devido à má qualidade da água, levando apenas a doenças diarreicas.
  • Estimativas de 2012 das Nações Unidas indicam que as retiradas de águas subterrâneas triplicaram durante o último meio século, especialmente na China, Índia e Estados Unidos.
  • O World Resources Institute (WRI) prevê que investir apenas 1% do PIB global poderia garantir segurança hídrica para todos até o ano de 2030.

Quais países são os mais afetados pela escassez de água?

De acordo com um relatório da Iniciativa de Gestão da Água da USAID publicado em 2018 e baseado no indicador de escassez nacional de água de Falkenmark, os países mais afetados pela escassez de água são Maldivas, Iêmen, Jordânia, Israel, Catar, Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos e Kuwait.

A escassez de água pode ser difícil de comparar entre países porque existem diferentes indicadores usados e cada paisagem, ecologia e arranjo institucional são únicos. Os indicadores incluem estresse hídrico básico, variabilidade hídrica interanual e índice de risco de segurança hídrica, entre outros. Justin Mankin, cientista pesquisador da Universidade de Columbia, afirma que “alocar água é politicamente contencioso, intensivo em capital e requer um planejamento realmente de longo prazo”.

A escassez econômica de água é particularmente aguda na África subsaariana, partes da Índia e Nepal, e algumas regiões andinas da América do Sul.

A escassez de água na África é física e econômica, de acordo com um artigo de 2013 de Hua Xie e colegas do Instituto Internacional de Pesquisa em Políticas Alimentares. A escassez de água na Cidade do Cabo, África do Sul, durante a crise da água de 2017 e 2018, foi um exemplo de escassez de água física e econômica, pois a seca foi combinada com o crescimento populacional e a falha do governo em gerenciar e desenvolver suprimentos suficientes. Isso mostra as complexidades de identificar as causas subjacentes da escassez de água.

As causas da escassez de água na Índia incluem a depleção excessiva dos reservatórios de água subterrânea, poluição devido ao desenvolvimento industrial, alto grau de contaminação e má gestão hidrológica, de acordo com um artigo de 2018 do correspondente-chefe da Circle of Blue, Keith Schneider.

A escassez de água nos EUA está concentrada nos estados áridos do oeste. Há uma competição acirrada pela água da estressada Bacia do Rio Colorado devido à agricultura intensiva na Califórnia e ao rápido crescimento populacional em Nevada, Utah e Arizona. A escassez física de água é agravada pela escassez econômica devido a arranjos controversos de compartilhamento de água entre os estados, formados há muito tempo em circunstâncias demográficas e socioeconômicas muito diferentes.

A imagem mostra o Rio Colorado entrando no Grand Canyon, no Arizona. Sete estados dos EUA e dois estados mexicanos dependem da água desse sistema, com agricultura intensiva e cidades em crescimento situadas no vasto cenário árido.

Soluções para a Escassez de Água

Diversas soluções estão sendo propostas e implementadas para lidar com a escassez de água em todo o mundo. Essas soluções abrangem desde melhorias na gestão dos recursos hídricos até campanhas de conscientização e desenvolvimento de novas tecnologias.

Especialistas como Peter Gleick, do Pacific Institute, destacam a importância de aprimorar as políticas agrícolas para reduzir o consumo de água. Além disso, enfatizam a necessidade de mudanças nos padrões de produção, especialmente na indústria de água engarrafada, visando reduzir as pegadas hídricas globais.

Outras iniciativas, como as lideradas por Kristine Diekman, da Cal State San Marcos, concentram-se em aumentar a conscientização sobre a escassez de água por meio de documentários e visualizações de dados acessíveis ao público em geral. A educação e a conscientização são consideradas fundamentais para promover práticas de conservação.

Organizações como a Columbia Climate School estão engajadas em desenvolver e promover tecnologias e práticas sustentáveis para melhorar a segurança hídrica. Isso inclui investimentos em sistemas de irrigação mais eficientes, seleção de culturas adaptadas ao clima local e uso de energias renováveis para reduzir o consumo de água em processos industriais.

Além disso, há um foco crescente na gestão responsável da água, com organizações como o WWF defendendo a preservação de ecossistemas vitais, como áreas úmidas, e o uso de ferramentas como a Pegada Hídrica para avaliar e reduzir os impactos da retirada de água.

Empresas como a Fluence estão desenvolvendo e implementando soluções de infraestrutura hídrica, como sistemas de reúso de água e dessalinização, para garantir um uso mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos. Essas tecnologias desempenham um papel importante na conservação da água e na redução da dependência de fontes de água escassas.

Além disso, iniciativas de reciclagem e reuso da água, como os sistemas de descarga zero (ZLD), estão ganhando destaque. Esses sistemas permitem que a água seja tratada e reutilizada em processos industriais, irrigação agrícola e outras aplicações, reduzindo a pressão sobre as fontes de água doce.

Organizações Combatendo a Escassez de Água

Diversas instituições estão ativamente envolvidas na luta contra os desafios da escassez de água em todo o mundo.

O UN-WATER, por exemplo, atua como facilitador de parcerias entre os países membros das Nações Unidas e organizações internacionais, trabalhando para informar políticas, monitorar tendências-chave na gestão hídrica e promover a conscientização por meio de campanhas.

A FAO, por sua vez, concentra seus esforços em aprofundar a compreensão da escassez de água, especialmente no contexto agrícola e da segurança alimentar. Através de iniciativas como o Marco Global para Ação para Lidar com a Escassez de Água na Agricultura, a FAO busca promover ações coordenadas entre diversos setores.

Outra organização importante é o IWMI, que trabalha em pesquisa para o desenvolvimento e se dedica a abordar os desafios de gestão de água e terra em países em desenvolvimento.

Enquanto isso, o WWF desempenha um papel fundamental na proteção dos recursos hídricos de água doce, concentrando-se na restauração de habitats naturais e na conservação de espécies.

O WRI fornece dados e ferramentas analíticas para apoiar a tomada de decisões relacionadas à segurança hídrica, enquanto outras organizações, como The Water Project, WaterAid e Stockholm International Water Institute, também desempenham papéis importantes na busca por soluções para os problemas de escassez de água em todo o mundo.

Aqui estão alguns conceitos relacionados à escassez de água:

  1. Estresse hídrico: Este termo se refere à condição resultante da escassez de água, indicando tanto a má qualidade quanto a limitada acessibilidade à água.
  2. Risco hídrico: Refere-se à probabilidade de um determinado local ou entidade enfrentar um evento prejudicial relacionado à água. O risco hídrico é avaliado de maneira diferente de acordo com o setor, sendo distinto do estresse hídrico e da escassez de água.
  3. Segurança hídrica: Este conceito diz respeito à capacidade de uma população garantir acesso sustentável a quantidades adequadas de água de qualidade aceitável. Isso inclui o uso da água para sustentar meios de subsistência, promover o desenvolvimento socioeconômico e proteger contra a poluição da água.